4 de jun de 2020
Atualizado: 15 de ago de 2023
Com a pandemia, ficou claro que a cicloentrega tem sido um serviço essencial para permitir que fiquemos em isolamento social. Graças a este serviço, recebemos remédios, comidas e compras na porta de nossas casas. Mas você já parou pra pensar como estão as condições de trabalho desses ciclistas?
Foi
graças a um processo coletivo, com várias entidades e cicloativistas, que nesta
semana, protocolei um projeto que Cria a Política Municipal de Ciclologística
no município de Curitiba.
Se
aprovado, o projeto de lei nº095\2020 deve trazer mais dignidade a esta classe
de trabalhadoras e trabalhadores, pois juntos, pensamos em toda a
ciclologística dentro da cidade e do seu Plano Cicloviário, que deve se adaptar
a proposta.
O
objetivo é regulamentar, promover, estimular e monitorar a logística
sustentável no município. Para isto, está previsto que as bicicletas e
triciclos cargueiros deverão circular pelas ciclovias e quando não houver essa
estrutura, é permitida a circulação pelas vias públicas, conforme já prevê o
Código de Trânsito Brasileiro.
Também,
para a segurança do entregador, fica previsto que as mercadorias para entrega
devem pesar no máximo cinco quilos e que as bicicletas e triciclos de carga
devem estar equipados com retrovisor, luz e campainha ou buzina.
Como
responsabilidade das empresas que fazem uso contínuo do serviço por meio de
aplicativos, fica estabelecido que precisam ofertar cursos de capacitação aos
seus funcionários.
Já
para o município, fica estipulado que os bicicletários públicos implementados a
partir dessa lei, deverão ser projetados de modo a abrigar adequadamente
bicicletas e triciclos cargueiros, além de disponibilizarem armários com cadeado
para guarda de pertences pessoais dos entregadores durante o período de
trabalho.
A
Administração Pública Municipal poderá planejar e disponibilizar vagas de rua
especialmente destinadas para estacionamento de bicicletas e triciclos
cargueiros, priorizando áreas de intensa atividade comercial ou de serviço.
Ciclofaixas Temporárias
Como
médica e agente política, não posso deixar de lembrar que a bicicleta tem sido
uma saída viável para conter o distanciamento social no transporte público.
Cidades como Berlim, Paris e Bogotá, fizeram planos cicloviários de urgência
para incentivar o uso de modais ativos durante a pandemia.
Também,
quem opta pela bike quando precisa sair de casa, além de praticar uma atividade
física que faz bem à saúde, tem menos chances de entrar em contato com o vírus
e superfícies contaminadas.
Já
aprovei na Câmara, no último mês, uma sugestão ao executivo para que sejam
feitas ciclofaixas temporárias em diversas ruas na regional matriz, onde há
maior tráfego de bicicletas e cicloentregadores.
A
ideia é sempre uma só: trazer mais segurança na hora de pedalar e dignidade
para quem usa a bicicleta para trabalhar.
Colaboradores
do Projeto
Patricia Valverde
– Bicicletaria Cultural
Fernando Rosenbaum – Cicloiguaçu
Zé Lobo – Transporte Ativo
Guilherme Tampieri
– BH em Ciclo
Gheysa Prado – Ciclovida UFPR
Eduardo Ramires – Mobilibike
Sebastião Pelentier – Sem CO2
Rodrigo Batelli Bento – Curitiba Messenger
Barbara Maciel – Cicloentregadora
José Felix – Cicloentregador