28 de mar de 2022
Arena da Baixada, Caixa D’Água da Copel, 1ª Igreja Batista de Curitiba, Praça 19 de Dezembro, Câmara Municipal, Jockey Plaza Shopping e Assembleia Legislativa. Quem passou por um desses endereços em Curitiba vai encontrou os locais “vestidos de roxo”, graças a uma iluminação especial que marca o Purple Day, um dia dedicado ao combate do preconceito contra a Epilepsia. Celebrada no mundo todo com o objetivo de colocar fim ao estigma da doença, a data chama atenção para um distúrbio temporário e reversível do funcionamento do cérebro, não transmissível, em que as atividades das células nervosas são perturbadas durante instantes.
As crises convulsivas são as mais conhecidas. Quando ela ocorre, a pessoa pode cair no chão e apresentar contrações musculares em todo corpo, além de mordedura da língua, salivação intensa, respiração ofegante e, às vezes, até urinar. Outro tipo de crise, conhecida por “ausência”, é caracterizada por um comportamento de desligamento, em que a pessoa fica com um olhar fixo e perde o contato com o meio por alguns segundos.
As causas da doença são variadas: podem ser genéticas ou derivadas de infecções como meningite e neurocisticercose, abuso de álcool e drogas, infecções perinatais, tumores cerebrais, etc. O tratamento envolve acompanhamento com Neurologista. Já o acompanhamento psicológico pode ser necessário mais pelas consequências do preconceito do que pelas dificuldades que o quadro clínico impõe.
Luana Vieira sabe bem o que é isso. Seu filho teve a primeira crise convulsiva há 6 anos e de lá para cá a família enfrenta uma jornada de combate à desinformação. “Na escola ninguém sabe nada, nem em outros lugares. Ninguém tem informação sobre a doença, por isso falar sobre ela é muito importante”, explica.
Situações como essa comprovam o poder das informações preventivas no combate ao preconceito, já que o estigma com a epilepsia afasta as pessoas de oportunidades de estudo e trabalho. Foi pensando nisso que a médica e vereadora Maria Leticia (PV) propôs dois projetos que resultaram nas leis nº 15.708/2020, que institui o dia 26/03 como o Dia Municipal da Epilepsia; e nº 15.816/2021, que orienta às empresas a adoção de campanhas informativas. “O grande problema da epilepsia não é a doença. É o preconceito. É o preconceito que impede as pessoas de encontrarem oportunidade de trabalho, de estudarem e de viverem uma vida normal”, avisa a vereadora.
Para acolher com tranquilidade uma pessoa em crise, siga as dicas:
coloque a pessoa deitada de lado, afrouxando suas roupas e retirando objetos próximos que a possam machucar
proteja a cabeça, para que ela não bata no chão. Não tente proteger a língua e não insira nenhum objeto na boca da pessoa: engolir a língua é mito!
levante o queixo para facilitar a passagem de ar
não impeça os movimentos
atenção ao tempo de duração da crise: episódios que se prolongam por mais de 5 minutos ou crises consecutivas em curto período de tempo devem ser tratados como emergência médica. Nesse caso, chame o Samu. Ligue 192.