“Em 2050, a população de idosos estará triplicada. Você encontrará um idoso a cada três pessoas. O envelhecimento trará novos desafios e quem sabe novas oportunidades”, argumentou Maria Leticia Fagundes (PV), durante a defesa do projeto de sua iniciativa para instituir em Curitiba a Semana de Exposição dos Direitos e Serviços do Idoso. Aprovada em primeiro turno unânime na sessão desta terça-feira (31) da Câmara Municipal, com 27 votos, a matéria prevê sua promoção anual, na semana que contemple o 1º de outubro, o Dia Nacional do Idoso (005.00156.2017, com o substitutivo 031.00077.2017).
A ideia da atividade, explicou a autora, é realizar palestras e eventos com informações sobre o Estatuto do Idoso e demais legislações referentes à terceira idade. Dentre outros objetivos da proposta, ela indicou o estímulo ao acesso a centros dia, à previdência social e ao mercado de trabalho. “Buscamos a emancipação, o protagonismo do idoso, a informação e a formação.” De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os brasileiros estão envelhecendo. A projeção é que o país tenha 19 milhões de pessoas com mais de 80 anos em 2060.
Em Curitiba, apontou a vereadora, os dados mais recentes sobre a população idosa são de 2010, quando a cidade tinha 80.910 homens e 117.179 mulheres com 60 anos ou mais. Em relação a instituições de longa permanência, Maria Leticia disse que existem quatro sem fins lucrativos, que abrigam 179 idosos, cujo repasse mensal feito pela prefeitura é de R$ 1.050, e outras 120 com fins lucrativos, onde estão 2,4 mil idosos. Para ela, há “preconceito contra institucionalização” (confira apresentação exibida por Maria Leticia).
Em resposta a Mauro Bobato (Pode), a autora respondeu que além do Hospital do Idoso, Curitiba possui atendimento à terceira idade nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). “O ideal seria que tivéssemos ainda mais casas para acolher idosos que estão nas filas de espera. A perversidade das pessoas chega ao abandono dos idosos nas UPAs e hospitais”, completou.
Maria Leticia e Felipe Braga Côrtes (PSD) concordam que a idade de 60 anos, estabelecida pelo Estatuto do Idoso, poderia ser revista. O parlamentar citou que no transporte público da cidade a isenção ocorre a partir dos 65 anos. “Sei que depende de uma mudança lá em Brasília [pois a lei é federal], mas é um impasse”, ponderou. “O estatuto foi consolidado em 2003, então a gente pensa que em 14 anos essa visão mudou, até pela tecnologia. É sim uma discussão pertinente”, observou ela.
Também participaram do debate os vereadores Marcos Vieira (PDT), Maria Manfron (PP), Mauro Ignácio (PSB), Oscalino do Povo (Pode), Professor Euler (PSD) e Thiago Ferro (PSDB). O projeto retorna à pauta nesta quarta-feira (1º), para a segunda votação.
Texto: Fernanda Foggiato Revisão: Claudia Krüger
Foto: Chico Camargo CMC