Proposta da vereadora Maria Leticia (PV), que concede o título à Luislinda Valois, foi aprovada em primeiro turno nesta segunda-feira
A primeira magistrada brasileira a condenar uma pessoa pelo crime de racismo, em 1993, e uma das primeiras juízas negras do país, Luislinda Dias de Valois Santos receberá a Cidadania Honorária de Curitiba. A homenagem, de autoria da vereadora Maria Leticia (PV), foi aprovada em primeiro turno nesta segunda-feira (3) pelos vereadores da capital do Paraná, com 19 votos favoráveis.
Agora, a proposta (115.00002.2024) precisa apenas da confirmação, que deve ocorrer na terça (4), para ser registrada em lei municipal.
“A cidade reconhece a representação da luta de uma mulher que sofreu as mais diversas adversidades e sempre se colocou em defesa daqueles que mais precisam”, enalteceu Maria Leticia, que descreveu em plenário a infância pobre de Luislinda Valois na Bahia, o início da sua trajetória profissional no Paraná, onde foi professora no Colégio Militar de Curitiba, empresária e servidora do então Departamento Nacional de Estradas e Rodagem (atual DNIT) no estado.
Luislinda Dias de Valois Santos
Aprovada em concurso público para a magistratura no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Luislinda regressou ao seu estado natal em 1984, tornando-se uma das primeiras magistradas negras do Brasil. Em 1993, foi a primeira a condenar uma pessoa por racismo, fazendo justiça à trabalhadora doméstica Aila Maria de Jesus, injustamente acusada de furto em um supermercado de Salvador.
Foi ministra dos Direitos Humanos durante o governo de Michel Temer, em 2017, e é autora de livros sobre personalidades negras do Brasil.
*Com informações da Câmara Municipal de Curitiba