Em maio, o presidente da Câmara Municipal de Curitiba, Sabino Picolo (DEM), solicitou a mim e as outras vereadoras da casa que nos reuníssemos para elegermos uma nova representante da Procuradoria da Mulher, órgão que tem como objetivo propor e acompanhar projetos ligados às questões femininas. Mas, ao que indica, o resultado da eleição não agradou.
Explico: com sete vereadoras presentes e uma ausente, fui eleita por unanimidade. No entanto, quando anunciamos o resultado, Picolo elaborou um ofício e pediu para que fosse convocada uma nova eleição. Pergunto-me por quê?
Em plenário, eu alertei a casa sobre o machismo nesta situação. Ora, parece mesmo uma questão de gênero, já que ele está manipulando e anulando a escolha de sete mulheres. Pergunto-me, também, se a negativa de Picolo não estaria ligada às questões políticas, uma vez que eu não faço parte do grupo de afeições da base do prefeito Rafael Greca.
Será um absurdo que as vereadoras tenham que se reunir novamente para eleições. Nós mulheres, temos que ter muita coragem para enfrentar este tipo de situação. Mas os tempos são outros, e coragem não nos falta!
Maria Leticia Fagundes é médica ginecologista, legista no IML-PR e vereadora pelo PV na Câmara de Curitiba.