Como médica legista há mais de 20 anos, foi um crime de feminicídio, logo no início da minha carreira, que marcou a minha trajetória e me fez querer lutar pelos direitos das mulheres.
Mulheres jovens, crianças, mulheres de meia idade e idosas, são mortas todos os dias no Brasil, um dos países com o maior índice de feminicídio do mundo.
A morte trágica de mais uma mulher em 2020, ainda tão jovem e cheia de vida, de maneira brutal, marcou mais uma vez a minha vida.
Fui numa manifestação, organizada pela família e por amigos de Maria Glória Poltronieri Borges e a situação me sensibilizou ainda mais.
Muitas pessoas choravam e distribuíam flores. Muitas pessoas desejaram que a Morte da Magó, plantasse uma semente para a conscientização contra a violência de gênero.
Foi pensando nisso, que eu pedi a nomeação de um jardinete em homenagem a Magó. Que este lugar, vire um símbolo de luta. Que o discurso do pai, Maurício, que hoje sensibilizou os presentes em plenário, continue sendo de resistência.
A Magó era uma jovem artista e produtora. Era uma jovem que transmitia alegria pela dança e pelo teatro. Que suas sementes floresçam.
A luta contra o feminicídio deve ser uma luta de toda a sociedade. As mulheres precisam ter o direito de ir e vir sem medo.