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Maria Leticia critica desinformação sobre vacinação de crianças contra a Covid-19

Vereadora votou contrária à moção de repúdio ao Ministério da Saúde pela recomendação da imunização infantil contra a Covid-19


Mulher aparece de blusa branca sob uma bancada, falando ao microfone. Outra mulher aparece de costas segurando um celular.
Vereadora defendeu discussão baseada não em opiniões, mas em fatos científicos. Foto: Mandato Maria Leticia

Na sessão desta quarta-feira (28), os vereadores de Curitiba aprovaram uma moção de repúdio à recomendação do Ministério da Saúde de vacinar crianças contra a Covid-19. Dos 38 parlamentares, apenas quatro, incluindo a vereadora Maria Leticia (PV), votaram contra o requerimento.


Protocolada por Eder Borges (PP), a moção se refere à Nota Técnica 118/2023, do Ministério da Saúde, que incorporou a vacina contra a Covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação a partir de 2024. Tanto o governo do Paraná quanto a prefeitura de Curitiba informaram que iriam seguir a recomendação.


Apesar do caráter sugestivo, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei 8.069, de 1990) determina que “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias”.


Na discussão, parlamentares criticaram a recomendação do órgão, questionaram a eficácia das vacinas para o público infantil e defenderam que a imunização de crianças contra o vírus deveria ser opção dos pais.


A vereadora e médica Maria Leticia contestou falas de parlamentares que evocaram peças de desinformação antigas sobre a imunização e que já foram amplamente desmentidas por agências de checagem e autoridades nacionais e internacionais de saúde como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Organização Mundial de Saúde (OMS). 


“É mentirosa a informação de que não se deve vacinar crianças. O benefício não é só para as crianças, é para toda a população. Se vivemos numa cidade, se somos coletivo, devemos pensar coletivamente, e não individualmente com os nossos umbigos e nossas crenças, porque isso só traz mais doença e mais desinformação”, afirmou a vereadora.


Maria Leticia reforçou a existência de comprovação científica de que os imunizantes são seguros e que os benefícios da vacinação superam eventuais riscos de efeitos adversos.


A vereadora ainda defendeu a necessidade de basear as afirmações feitas na Casa em estudos e não em opiniões pessoais. “Quando fake news são colocadas em espaços como o nosso [da Câmara], isso desestabiliza as famílias e as deixa incertas com relação à vacinação. Elas então não levam seus filhos para vacinar e aí essas crianças adoecem. É responsabilidade da gestão pública zelar pela saúde de todos os indivíduos.”


Vacinação contra a Covid-19 para crianças


Desde janeiro de 2024, a imunização contra a Covid-19 está prevista no Calendário Nacional de Vacinação Infantil para crianças abaixo de cinco anos (de seis meses até quatro anos e 11 meses) com a vacina pediátrica da Pfizer. O esquema vacinal é composto por três doses.


A medida, anunciada pelo Ministério da Saúde em outubro de 2023, foi tomada com base em evidências científicas mundiais e dados epidemiológicos de casos e óbitos pela doença no país.


Atualmente, além do Brasil, mais de 60 países autorizam a vacinação de crianças, como Austrália, França, Itália, Israel, Canadá, Japão, Reino Unido, Portugal, Espanha, Indonésia, Peru, Chile e Uruguai.


Dados do "vacinômetro" do Ministério da Saúde indicam que 3,7 milhões de crianças entre seis meses e quatro anos receberam a primeira dose da vacina. O esquema vacinal completo, com as três doses, entretanto, foi aplicado em 778 mil crianças da mesma faixa etária.


No Paraná, 225.589 primeiras doses foram aplicadas em crianças de 6 meses a 4 anos. Já crianças com a mesma idade com as três doses somam pouco mais de 49 mil. Em Curitiba apenas 10.651 crianças abaixo de cinco anos estão com o esquema vacinal completo.

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