A necessidade da implementação de um banco da dados com informações sobre os casos de violência doméstica em Curitiba, foi o motivo da visita da vereadora Maria Leticia Fagundes (PV) ao Instituto Curitiba de Saúde nesta quinta-feira (23). Ela apresentou à presidente, Dora Pizzato e ao diretor de Assistência à Saúde, Roaldo Meissner a ideia de estabelecer um protocolo específico nos atendimentos das pacientes – servidoras do município de Curitiba. O objetivo, segundo a vereadora, é “desenvolver futuramente novas estratégias de triagem, além de ações relacionadas a essas ocorrências”.
Médica atuante no atendimento às vítimas de violência há mais de 20 anos no Instituto Médico Legal do Paraná (IML-PR), Maria Leticia explicou que com as estatísticas será possível identificar, diminuir os casos de violência e “certamente diminuir o impacto econômico”. Ela apresentou as informações recebidas como resposta ao requerimento de Pedido de Informações Oficiais ao Município de Curitiba (062.00015.2017), no qual a parlamentar solicitou o número total de servidores municipais, quantos são do sexo feminino, quantos servidores foram afastados de suas atividades em 2016, e deste total quantos atestados foram apresentados por mulheres.
No documento enviado pela Secretaria Municipal de Recursos Humanos – SMRH, foi informado que atualmente são 31.777 servidores, 25.786 são mulheres (81.15% do total de servidores). A resposta da Prefeitura destaca ainda que em 2016 foram 78.924 foram licenças para tratamento de saúde concedidas às mulheres e 8.991 para homens. “Queremos saber quanto a violência doméstica influencia nesses dados. Sem essa informação não será possível passar um pente fino do que é violência”, pontuou Maria Leticia.
Ela defendeu ainda a criação de um CID – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde para otimizar a triagem. “A coragem de implementar vai ser o grande diferencial”, acrescentou a vereadora.
A presidente do ICS recebeu as sugestões da vereadora e indicou a possibilidade da realização de palestras aos médicos sobre a gravidade do problema considerando o vasto conhecimento e experiência de Maria Leticia. “Temos o maior interesse em desenvolver as ideias, as sugestões são muito bem vindas”, destacou Dora, que também convidou Maria Leticia para participar do lançamento do programa de prevenção do mês da mulher, em março.