“No ano passado, a lei Maria da Penha completou 10 anos e, desde então, uma mulher a cada duas horas foi assassinada no Brasil”, disse a vereadora Maria Leticia Fagundes (PV), que ocupou o horário do grande expediente da sessão plenária desta segunda-feira (13), na Câmara de Curitiba, e também comentou sobre a PEC 181, aprovada numa comissão especial e que deve seguir a plenário na Câmara dos Deputados. A medida criminaliza o aborto realizado em função de estupro.
“O que os números não mostram é que existe uma naturalização de certos comportamentos. Nos últimos dois meses, em Curitiba, foram atendidos dois casos de estupro causados por taxistas e um desses casos foi atendido por mim”. Pensando em situações como essa, a vereadora apresentou um projeto que cria um espaço reservado para as mulheres nos ônibus biarticulados (005.00354.2017). “E já comecei a apanhar por causa disso”. “Política para mulheres é uma questão de fala entre a gestão e a sociedade civil”, entende a vereadora.
De acordo com Maria Leticia, o movimento feminista surgiu no Brasil durante a década de 70 e se fortaleceu nos dez anos seguintes. Na década de 80, foram criados os Conselhos Estaduais da Condição Feminina. Em 2003, a Delegacia de Política e Defesa da Mulher; a Secretaria Nacional de Política para Mulheres; em, 2006 a Lei Maria da Penha; e em 2015, a Lei do Feminicídio. “Como ainda não temos política para as mulheres em Curitiba?”, perguntou Maria Leticia que mostrou seu projeto para uma política para as mulheres na cidade de Curitiba.
A vereadora informou que as oito vereadoras da Casa assinaram uma emenda para destinar recursos para a política para as mulheres. “Também estou buscando apoio para uma emenda em prol da Casa da Mulher Brasileira e, acreditem, homens e mulheres estão participando”. A vereadora lembrou que hoje (13), às 18h30, na praça 19 de Dezembro (“praça da Mulher Nua”), irá acontecer uma manifestação contra os últimos eventos envolvendo a PEC 181.
Foto: Rodrigo Fonseca CMC