“Estamos em extinção!”, dispara Maria Leticia Fagundes sobre baixo número de funcionários do Instituto Médico Legal do Paraná (IML-PR). O alerta feito frequentemente pela médica legista foi reforçado, ontem (17), em vídeo publicado, após comoção coletiva sobre a demora de 14 horas no recolhimento do corpo de um jovem assassinado em via pública, na Região Metropolitana de Curitiba.
“Eu também estou indignada e vejo esse tipo de situação frequentemente; quando fui presidente da Associação de Médicos Legistas do Paraná eu mesma fiz uma queixa tratando dessa questão: os corpos que demoram a ser buscados pelo IML”, afirma Maria Leticia.
Maria Leticia esclareceu que a demora ocorre, pois a Polícia Científica, da qual faz parte o IML, opera com efetivo 81% menor do que precisaria. De acordo com ela seriam necessários 1.478 funcionários, porém são 281. Sobre os médicos legistas, ela também registrou o déficit. ”Precisaríamos de 301, mas somos em 58 médicos legistas”, declarou Maria Leticia, que acrescentou ainda a necessidade de 151 Auxiliares de Necropsia, sendo que são 31 trabalhando atualmente.
“Trabalhamos à luz da Constituição Federal, seguindo o regulamento do órgão, mas precisamos de verba que vem do Estado. Pense sobre isso, com quem você deve ter a indignação”, conclui Maria Leticia.