Para o secretário municipal de Defesa Social e Trânsito, Algacir Mikalovski, a Prefeitura de Curitiba pode coibir casos de agressões a servidores públicos em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) investindo em capacitação. Ele esteve em plenário, nesta terça-feira (23), a pedido da Câmara de Vereadores. Mikalovski defendeu mais integração da Defesa Social com a Saúde e adiantou que a atuação da Guarda Municipal passa por revisão. “Há um procedimento operacional padrão, que será transformado em cartilha e distribuído aos guardas e servidores da Saúde”, garantiu.
“Temos um trabalho com a ONU e com o Tribunal de Justiça do Paraná, na área da Justiça Restaurativa: contenção da violência e resolução do conflito. As pessoas não podem ser propagadoras da violência. Quem está na UPA, em situação de pânico, tem que ter um tratamento diferenciado, não é um inimigo”, disse o secretário. Mikalovski agradeceu o convite dos vereadores e as sugestões recebidas. “Não nos sentimos intimidados em ser cobrados para melhorar o trabalho”, respondeu.
O convite para ele comparecer ao Legislativo havia sido feito para que Mikalovski falasse à Comissão de Saúde. No entanto, a presidente do colegiado, Maria Leticia Fagundes (PV), e a Comissão Executiva da Casa – formada pelo presidente, Serginho do Posto (PSDB), e o primeiro e o segundo secretários, Bruno Pessuti (PSD) e Mauro Ignácio (PSB) – entenderam que a fala deveria ser feita a todos os vereadores. A medida foi uma reação a dois casos de violência em UPAS de Curitiba.
Na UPA Boa Vista uma paciente foi presa depois de agredir uma enfermeira, no dia 20 de abril. Também havia repercutido em plenário a agressão a uma servidora na UPA Pinheirinho, em 10 de maio. Mikalovski informou que das escalas de trabalho ao local em que os guardas municipais se posicionam dentro das unidades, “tudo está se revendo”. Ele defendeu a qualidade do trabalho da Guarda Municipal, classificando os ocorridos como exceções. “Mas também temos que trabalhar com os absurdos, com as exceções, e aproveitar a oportunidade para reafirmar conceitos e procedimentos”.
“Temos que ter uma equipe que se antecipe a essas situações, assim como é preciso conscientizar os profissionais de saúde sobre relatar casos que depois possam a gerar outros, mais extremos”, pontuou o secretário de Defesa Social. “Nas unidades de saúde serão afixados avisos sobre o crime de desacato”, concluiu Mikalovski, “alertando que agir de forma ofensiva [contra um servidor público] vai gerar condução em flagrante do autor do delito”. Dr. Wolmir Aguiar (PSC), Oscalino do Povo (PTN) e Noemia Rocha (PMDB) fizeram perguntas ao secretário, que podem ser conferidas na página da Câmara de Vereadores no Youtube.
Foto: Chico Camargo CMC