A vereadora Maria Leticia Fagundes (PV) ministrou aula para turma do 1º período do curso de medicina da Universidade Federal do Paraná-UFPR, nesta segunda-feira (19). Ela foi convidada pela coordenadora do curso e médica, dra. Marta Rheme e explicou um pouco de como realiza as perícias nas vítimas de violência atendidas no Instituto Médico Legal.
A médica iniciou a palestra incentivando os alunos na profissão: “É uma carreira belíssima”. Em seguida, abordou definições de lesão corporal, explicando que no laudo solicitado pelo judiciário precisa respeitar o que diz o artigo 129 do Código Penal: “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem”.
Ela apresentou casos atendidos durante os 23 anos como médica legista, os quais se enquadram nas lesões corporais, leve, grave e gravíssima. “Dor não é lesão corporal”, disse a vereadora ao citar um exemplo, com fotos, de lesão corporal de natureza leve. “Além da humilhação de ter sido agredida, a vítima sai desacreditada no poder público”, destacou.
Ela também apresentou em termos técnicos uma agressão de natureza gravíssima, que resulta em incapacidade permanente para o trabalho, com enfermidade incurável. “Quem agride dessa forma, quer matar a pessoa”, complementou.
A médica legista relatou dados recentes do IML, os quais revelam quase 9 mil lesões corporais até novembro de 2015 e citou ainda a dificuldade na produção de provas nos atendimentos. Ela explicou ainda o procedimento protocolar para caracterização de um estupro, usando como exemplos os crimes cometidos contra crianças, nos quais muitas vezes não ocorre a penetração. “As crianças são as vítimas mais frequentes e mais difíceis de diagnosticar, elas não sabem o que está acontecendo e não sabem denunciar”, concluiu.